Considerada uma das melhores universidades do mundo, Harvard, nos Estados Unidos, vai receber estudantes brasileirosFoto: Getty Images
De olho na qualificação do corpo de alunos e pesquisadores, universidades federais brasileiras comemoram o programa Ciência sem Fronteiras, que promete conceder até 100 mil bolsas de estudo no exterior nos próximos quatro anos. Apesar de instituições brasileiras já serem referências internacionais em algumas áreas, o pró-reitor de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), João Edgar Schmidt, defende a iniciativa como forma de capacitar profissionais.
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"O País não tem condições de formar novos especialistas na velocidade que demanda devido ao seu acelerado crescimento econômico", afirma o professor. "Há carência de recursos humanos no Brasil em todas as áreas, desde professores para o ensino médio a engenheiros de todas as linhas. Mas falo em quantidade, qualidade nós já temos", ressalta.
Com forte investimento em políticas de intercâmbio, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também comemora a medida e já vislumbra aumentar as bolsas de graduação e pós para o exterior. Atualmente, 14 doutorandos da universidade estudam em outros países. A partir de acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), será possível oferecer até 92 bolsas de doutorado sanduíche nos próximos anos. Na graduação, são 120 alunos da UFPE estudando fora do País hoje. "Com essa iniciativa do governo federal, queremos triplicar o número de alunos que enviamos ao exterior", diz o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Anísio Brasileiro.
Segundo Anísio, que tomará posse como reitor da universidade em outubro, deverá ser criado um comitê gestor dentro da Coordenação de Cooperação Internacional da universidade para aproveitar as novas oportunidades prometidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, como identificar os pesquisadores que têm interesse em complementar seus estudos lá fora e quais universidades estrangeiras já têm contato com alunos da instituição.
Anísio aposta na formação de um novo perfil de jovens pesquisadores no Brasil, com mais visão de negócios e empreendedorismo. Para garantir que o bolsista retorne ao Brasil após os estudos, ele acredita ser fundamental a articulação com o mercado, movimentação prevista no programa Ciência sem Fronteiras, que pretende obter de empresas apoio para conceder 25 mil bolsas, além das 75 mil já previstas. "Só conseguimos garantir inovação associando universidade, governo e empresas", afirma.
O pró-reitor da Ufrgs lembra ainda a necessidade de se manterem os investimentos já direcionados para as pesquisas dentro das universidades públicas. Atualmente, a Ufrgs oferece 1,8 mil bolsas de iniciação científica na graduação e cerca de 6 mil na pós. Na UFPE, são 750 bolsas de iniciação científica para a graduação e 1.059 bolsas para mestrado e doutorado.
"Os investimentos que recebemos do governo hoje são bastante bons. Mas espero que estejam previstas outras iniciativas que capacitem nossos pesquisadores internamente, para que continuemos crescendo", opina Schmidt.
Fonte: Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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